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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O Gênio da Garrafa-Conto dos Irmãos Grimm




O gênio da garrafa
 Por: Irmãos Grimm


Tradução:

Tatiana Belinky

Era uma vez um pobre lenhador que trabalhava desde a manhã até a noitefechada. Quando finalmente ele conseguiu juntar um pouco de dinheiro, disseao seu menino:
- Você é meu filho único e quero aplicar o meu dinheiro, que ganhei com osuor do meu rosto, na sua instrução. Se você aprender alguma coisa que preste,poderá me sustentar na minha velhice, quando os meus membros estiveremendurecidos e eu tiver de ficar sentado em casa.Então o menino foi para uma boa escola e estudou com afinco, de modoque seus mestres o elogiavam, e ficou algum tempo por ali. Ele terminou umpar de cursos, mas ainda não tinha se formado em tudo, quando aconteceu queo pouco dinheiro que o pai economizara se acabou e ele teve de voltar paracasa.- Aí, - disse o pai, tristonho - não posso dar-lhe mais nada e com estacarestia não consigo tampouco ganhar nem um vintém a mais que para o pão de cada dia.- Querido pai, - respondeu o filho - não se preocupe com isso! Se Deus quiser, tudo terá sido para melhor; eu vou me arranjar.Quando o pai ia sair para a floresta, para ganhar alguma coisa com a lenhapreparada, o filho disse
:- Eu quero ir com você e ajudá-lo.- Sim, meu filho - disse o pai. - Mas isto lhe será muito difícil; você não estáacostumado ao trabalho duro e não vai agüentar. Além disso eu não tenhomachado sobrando, e nem dinheiro para poder comprar um novo.
- Vá procurar o vizinho - respondeu o filho. - Ele lhe emprestará o seumachado até que eu possa ganhar o bastante para comprar um para mim.Então o pai tomou um machado emprestado do vizinho e no dia seguinte,de manhã cedinho, os dois saíram juntos para a floresta. O filho ajudou o pai,com esforço e animado, sem se cansar.E quando o sol estava a pique sobre eles, o pai falou
:- Vamos descansar e almoçar; depois o trabalho rende o dobro.O filho pegou o seu pedaço de pão e disse:


- Descanse, pai, Eu não estou fatigado; quero passear um pouco pela floresta e procurar ninhos de passarinho.- Ó rapazinho tolo! - disse o pai. -
- Para que quer ficar correndo de umlado para outro, só para ficar cansado e depois não poder erguer o braço?
- Fique aqui sentado ao meu lado!
Mas o filho se embrenhou na floresta, comeu o seu pão, muito contente, eespiou por entre os galhos a ver se encontrava algum ninho. Assim ele andou de um lado para outro, até que chegou a um grande carvalho, que devia ter muitos séculos de idade, e cujo tronco cinco homens não poderiam abraçar. Ele parou, olhou para a árvore e disse:
- Aqui muitos pássaros devem ter construído seus ninhos.Mas aí pareceu-lhe de repente ouvir uma voz. Prestou atenção e ouviugritar em tom bastante abafado: “Deixe-me sair! Deixe-me sair!”Olhou em volta e não conseguiu ver nada, mas pareceu-lhe que a voz saía de dentro da terra. Então gritou:
- Onde está você?A voz respondeu:- Estou encalhado aqui embaixo, junto das raízes. Deixe-me sair, deixe-mesair!O estudante começou a cavocar debaixo da árvore e a procurar entre asraízes, até que por fim encontrou, num pequeno desvão, uma garrafa de vidro.Levantou-a e segurou-a contra a luz, e então viu lá dentro uma coisa queparecia um sapo, pulando para cima e para baixo
.- Deixe-me sair, deixe-me sair! - ouviu de novo. E o garoto, que nãodesconfiava de nada de mau, tirou a rolha da garrafa. Imediatamente escapoudela um gênio, que começou a crescer, e cresceu tão depressa que em poucos instantes uma figura terrificante, do tamanho da metade da árvore
.- Sabe - urrou a aparição com voz aparovante - qual é o seu prêmio porter-me libertado?
- Não - respondeu o estudante, sem se assustar
.- Como posso saber disso?
- Então eu lhe direi - gritou o gênio.
 - A recompensa merecida, esta você vai ganhar - gritou o gênio.
 - Oupensa que foi por benevolência que me deixaram trancado dentro da garrafapor tanto tempo? Não, foi por castigo. Eu sou o poderoso Mercúrius; quem mesoltar terá o pescoço quebrado.

- Mais devagar! - respondeu o estudante.
- As coisas não vão assim tão depressinha! Primeiro eu preciso ter certeza de que você, com este tamanhotodo, estava de fato dentro dessa pequena garrafa, e de que você é o gênioverdadeiro; se você puder entrar e caber lá dentro de novo, então vou acreditar e poderá fazer comigo o que quiser.O gênio falou, cheio de arrogância:
- Isto não é problema! - e começou a se encolher e ficou tão fino e pequeno como estivera antes, de modo que se enfiou, pela mesma abertura no gargalo,para dentro da garrafa.Mas nem bem ele estava lá dentro, o estudante tampou depressa a garrafacom a mesma rolha, pôs a garrafa de volta no antigo lugar, e o gênio foilogrado.Agora o estudante queria voltar para junto do pai, mas o gênio gritou,muito lamentoso:
- Deixe-me sair! Ó, deixe-me sair!
- Não, - respondeu o estudante - você iria me enganar como da primeira vez.
- Você está pondo a perder a sua própria felicidade - disse o gênio.
- Eu não lhe farei mal, mas vou recompensá-lo ricamente.O estudante pensou: “Vou tentar; quem sabe ele mantém a palavra; eu não deixarei que ele me faça mal”.Então tirou a rolha, e o gênio saiu como da primeira vez, espreguiçou-se eficou do tamanho de um gigante.
- Agora você terá a sua recompensa - disse ele, entregando ao estudanteum pequeno pano, que parecia um emplastro, e continuou:
 - Se você esfrega rum ferimento com uma ponta dele, a ferida se fechará; e se esfregar ferro ou aço com a outra ponta, o metal se transformará em prata.
.- Preciso experimentar isso - disse o estudante.Pegou o seu machado, feriu a casca de uma árvore com ele, e esfregou o corte com uma ponta do emplastro; imediatamente o corte se fechou e a casca sarou.
- Muito bem, a coisa funciona - disse ele ao gênio.
 - Agora podemos nos separar.O gênio agradeceu-lhe pela sua libertação e o estudante agradeceu ao gênio pelo presente e voltou para junto do pai.
- Por onde você andou passeando? - perguntou o pai.
- Por que esqueceu o trabalho? Bem que eu disse logo que você não seria capaz de fazer coisa alguma.
- Não se zangue, pai; eu vou alcança-lo.


- Sim, alcançar, alcançar; - disse o pai, irritado - isto não é tão fácil.
- Pois preste atenção, pai: vou já derrubar esta árvore aqui tão bem que elavai tombar com um estrondo.Então ele pegou o seu machado, esfregou-o com o emplastro e desferiuuma possante machadada na árvore. Mas como o ferro tinha virado prata, a lâmina perdeu todo o corte.
- Ei, pai, veja que machado ruim você me deu. Ele entortou todo com oprimeiro golpe. O pai assustou-se e disse:
- Ai, o que foi que você fez! Agora terei de pagar pelo machado e não seicomo nem com quê. É esta a vantagem que me traz o seu trabalho..
.- Não se zangue, pai! - respondeu o filho. - Eu vou pagar pelo machado.
- Ó seu bobalhão, - exclamou o pai - com o que você vai pagá-lo, se não tem nada além do que lhe dou? Tolices de estudante, é só o que tem na cabeça,mas de cortar lenha você não entende nada.Dali a pouco, o estudante disse:
- Pai, agora que eu não posso trabalhar mais mesmo, é melhor que encerremos a jornada e vamos para casa.
- Qual o quê! - respondeu o pai.
- Você pensa que eu quero cruzar os braços no colo como você? Eu ainda preciso trabalhar, mas você pode sem andar para casa.
- Pai, é a primeira vez que eu estou aqui no meio da floresta, não sei acharo caminho de volta para casa sozinho, venha comigo!Como a sua cólera já se acalmara, o pai deixou-se persuadir e voltou com o filho para casa. Então lhe disse:
Vá e venda o machado estragado e veja o que pode conseguir por ele. Vou tratar de ganhar a diferença com o meu trabalho, para pagar ao vizinho.No dia seguinte, o filho pegou o machado e levou-o à cidade, a um ourives. Este fez a prova, colocou o machado na balança e disse:
- Ele vale quatrocentos talers; eu não tenho tanto dinheiro para pagar àvista.O estudante falou:
- Dê-me o quanto tiver em dinheiro; eu espero pelo restante, em confiança.O ourives pagou-lhe trezentos talers e ficou devendo cem. Com isso oestudante voltou para casa e disse:
- Pai, eu tenho dinheiro. Vá e pergunte o que o vizinho quer pelo seu machado.- Isto eu já sei - disse o pai. - Um taler e seis décimos.- Então dê-lhe dois talers e doze décimos, isto é, o dobro, e é suficiente.Está vendo, pai, eu tenho dinheiro de sobra!

E com isso ele entregou ao pai cem talers e disse:- Nunca mais vai lhe faltar nada, pai. Viva agora em conforto.
- Meu Deus! - disse o velho.
 - Como foi que lhe veio essa riqueza?
Então o filho contou-lhe como tudo acontecera, e como ele, confiante na sorte, fizera tão rico achado. Mas com o dinheiro que sobrou, o rapaz voltou para a escola superior e continuou a estudar. E, como podia curar todos os ferimentos com o seu emplastro, ele tornou-se o médico mais famoso do mundo inteiro.

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